Dizem que a Verdade e a Mentira saíram para tomar um açaí. E naqueles duzentos metros de caminhada, a todo momento alguém gritava: Faaala comigo Mentira. Tudo Bem? Outros diziam: Mentira… quanto tempo, você sumiu! Um rapaz passou de ônibus e gritou: Mentiraaaaa… e fez um sinal de joinha. Uma mulher passou de carro e buzinou acenando a mão para a Mentira.
A Verdade incomodada com aquilo disse: Nossa! Tudo mundo te conhece, hein Mentira? E perguntou? Qual é o seu segredo. A Mentira revelou que as pessoas gostam muito de apetrechos. Mostrou para a Verdade o broche do desprezo, e afirmou que muitas pessoas adoram isso. Continuou dizendo: Está aqui é o chapéu do egoísmo. Muitos não saem de cada sem ele. Também eu tenho meias da ignorância. Quase ninguém vê, mas eu não saio de casa sem elas. Mas a minha vestimenta favorita é a blusa do engano. Mesmo na cara das pessoas elas ainda não veem o que está errado.
E foi mostrando à Verdade cada uma de suas nojentas características. Por fim, olhou bem nos olhos da Verdade e disse: é por isso que você não conhece ninguém! Você não tem apetrechos, acessórios e nenhum atrativo. Está praticamente sem roupas.
Então a Verdade conclui o seguinte: Ninguém gosta da verdade nua e crua.